A greve dos rodoviários no Grande Recife, que durou dois dias e afetou aproximadamente 1,2 milhão de pessoas por dia, foi encerrada na tarde de terça-feira, 13 de agosto, após um acordo entre o Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco e o Sindicato das Empresas de Ônibus (Urbana-PE).
A paralisação havia começado na segunda-feira, dia 12, e causou longas filas e atrasos significativos para os passageiros, com apenas 30% da frota de ônibus circulando no primeiro dia e grandes aglomerações de usuários nos terminais.
Durante a greve, os rodoviários reivindicaram um reajuste salarial de 5% acima da inflação, vale-alimentação de R$ 720, abono de R$ 500 para quem exerce dupla função (motorista/cobrador), o fim do controle das horas de trabalho via GPS, a eliminação da compensação de horas, e a implementação de um plano de saúde para os trabalhadores de todas as empresas.
Eles também solicitaram a transferência dos funcionários da empresa Vera Cruz para outras concessionárias que operam no Grande Recife, após a Vera Cruz devolver as 36 linhas de ônibus que operava ao Grande Recife Consórcio de Transporte.
O acordo firmado durante a audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) estabeleceu um reajuste salarial de 4,2%, com o piso dos motoristas de ônibus passando para R$ 3.189,80.
Além disso, foi definido um vale-alimentação de R$ 400, um abono de R$ 180 para quem exerce dupla função, e o acesso dos trabalhadores à jornada individual registrada no sistema de frequência a cada 30 dias.
A jornada de trabalho começará a ser contada a partir da checagem do ônibus, antes do início da primeira viagem, e será encerrada após a prestação de contas.
Em relação ao plano de saúde, ficou acordado que as negociações entre os sindicatos dos rodoviários e das empresas de ônibus serão conduzidas pela procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT-PE), Ana Carolina Vieira.
O foco dessas negociações será determinar o tipo de plano e o percentual de participação financeira dos trabalhadores que optarem por aderir ao benefício.
O segundo dia de greve foi marcado por protestos que incluíram a interdição da Avenida Agamenon Magalhães, uma das principais vias do Centro do Recife, por motoristas de ônibus que estacionaram os coletivos e obrigaram os passageiros a descerem no meio do trajeto.
No Terminal Integrado do Barro, na Zona Oeste do Recife, a Polícia Militar precisou intervir para liberar a saída dos ônibus, após um grupo de manifestantes impedir a operação dos coletivos.
A paralisação também gerou incidentes de depredação de ônibus em diferentes áreas da Região Metropolitana do Recife, como na Avenida Norte, no Recife, e em Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes.
Com o fim da greve, os ônibus voltaram a circular normalmente a partir da meia-noite de terça-feira, trazendo alívio para os passageiros que enfrentaram dias de transtornos e dificuldades no transporte público.