Transporte por aplicativo reduz demanda por ônibus urbano, aponta pesquisa

ônibus em porto velho
Foto: Ana Flávia Venâncio

A recente pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) revela uma significativa redução na demanda por transporte público urbano por ônibus, com uma queda de mais de 30% nos últimos sete anos.

Em 2017, 45,2% dos brasileiros utilizavam ônibus como principal meio de locomoção; esse número caiu para 30,9% em 2024, colocando o ônibus em um patamar similar ao dos carros, que são preferidos por 29,6% da população.

Uma das principais razões para essa mudança é o crescimento do uso de transportes por aplicativo, que aumentou de 1% para 11% no mesmo período, mesmo com o custo mais elevado.

Esse tipo de transporte tem se tornado especialmente popular entre a população de baixa renda, com 56% dos usuários que substituíram o ônibus por aplicativos pertencendo à classe C e 20% às classes D e E.

A pesquisa também aponta que a diminuição na demanda pelos ônibus urbanos impacta negativamente o capital de giro dos operadores, dificultando a renovação da frota e a manutenção de padrões de qualidade.

A falta de conforto foi o principal motivo apontado pelos usuários para a redução ou abandono do uso do transporte público coletivo.

Em meio a essas dificuldades, os entrevistados manifestaram disposição para pagar tarifas mais altas em troca de melhores condições de viagem.

Mais de 57% aceitariam pagar mais por um assento garantido, e 52,6% concordariam em pagar uma tarifa diferenciada por veículos menos poluentes, como ônibus elétricos.

Apesar da percepção negativa e das crescentes dificuldades, o transporte público coletivo urbano ainda é considerado um serviço essencial, especialmente para as classes C, D e E, que representam 79,2% dos usuários de ônibus, 77,1% dos usuários de trem urbano/metropolitano e 62,3% dos passageiros de metrô.

A pesquisa também investigou a opinião dos usuários sobre o financiamento do sistema de transporte público.

Embora pouco mais de 20% dos entrevistados concordem com a atual política de financiamento exclusivamente por tarifas, a maioria acredita que o governo deve custear total ou parcialmente a operação do sistema.

Em um ano de eleições municipais, o presidente da CNT, Vander Costa, reforçou a importância de que os candidatos coloquem a mobilidade urbana no centro de suas propostas, visando melhorar a eficiência, segurança e acessibilidade do transporte público para toda a população.

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