A produção de ônibus elétricos no Brasil apresenta uma tendência de crescimento significativo. Projeções indicam que, entre 2024 e 2028, a produção deve passar de aproximadamente mil unidades para mais de três mil. Esse avanço reflete um período de construção e adaptação, vital para a indústria de ônibus elétricos no país. O estudo realizado por Edgar Barassa, da Barassa & Cruz Consulting, destaca a importância da consolidação de políticas públicas e da maturidade tecnológica para garantir esse crescimento.
Fases do desenvolvimento
O desenvolvimento dos ônibus elétricos ocorre em três fases distintas. A primeira, até 2028, apresenta um crescimento gradual, enfrentando desafios iniciais de implementação. A falta de maturidade em áreas críticas como a produção de baterias e ímãs acentua esses desafios. A segunda fase, entre 2029 e 2034, traz um aumento acelerado na produção, com a expectativa de alcançar 5,5 mil unidades anuais. Esse avanço será impulsionado pela maturação tecnológica e o fortalecimento da cadeia produtiva. Por fim, a terceira etapa ocorre entre 2035 e 2039, onde a produção deve estabilizar em torno de sete mil ônibus elétricos por ano. O setor alcançará equilíbrio entre oferta e demanda, com a consolidação da produção nacional de componentes.
Criação de um ecossistema produtivo
Um aspecto crucial do estudo é a proposta de criação de um ecossistema produtivo robusto. O objetivo é alcançar a nacionalização de até 80% dos componentes nos próximos dez anos. O estudo sugere incentivos fiscais para atrair fábricas que hoje operam no exterior, aumentando a criação de empregos na região. Adicionalmente, ações de capacitação para trabalhadores em toda a cadeia produtiva são fundamentais. O acompanhamento da evolução do setor garante um bom planejamento para a produção local de ônibus elétricos.
O futuro da eletromobilidade
A adoção de políticas robustas para a eletromobilidade poderá gerar 280 mil empregos até 2030. Essa estratégia pode impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em até 0,4 ponto percentual. Os desafios da implementação e crescimento dos ônibus elétricos também se refletem nas estatísticas da América Latina, com a frota de ônibus elétricos atingindo 5.449 unidades em 2024. Países como Chile e Colômbia lideram essa transformação.
Considerações finais
O avanço dos ônibus elétricos promete revolucionar a mobilidade no Brasil, contribuindo para a sustentabilidade e eficiência do transporte urbano. As previsões otimistas, associadas ao fortalecimento da cadeia produtiva, indicam um futuro promissor para essa modalidade de transporte. Incentivos e políticas públicas desempenham um papel fundamental neste processo.