A revolução das tarifas de ônibus digitais no DF: benefícios e resistências

Foto: Shutterstock

A partir de 1º de julho, o Distrito Federal implementará uma nova medida que proíbe o pagamento de passagens de ônibus com dinheiro em espécie. Agora, os moradores terão que utilizar cartões de mobilidade, crédito ou débito para embarcar.

Esta mudança, publicada no Diário Oficial do Distrito Federal, visa modernizar o sistema de transporte público, mas também levanta questões sobre a transição e resistência em outras regiões do Brasil.

Gisele Andrade, especialista em benefícios trabalhistas e gerente de recursos humanos na RB Serviços, destaca que a digitalização das tarifas ainda enfrenta desafios no Brasil.

Muitas regiões do país continuam utilizando dinheiro em espécie ou bilhetes de papel no transporte público. Embora não seja ilegal, essa prática dificulta a transição para sistemas mais modernos.

A especialista também aponta que o vale-transporte, um benefício trabalhista essencial, sofre com irregularidades, já que algumas empresas ainda pagam esse benefício em dinheiro, contrariando o artigo 110 do Decreto nº 10.854/2.

Gisele enfatiza que, em cidades mais vulneráveis ou com uma população idosa significativa, a transição para cartões de transporte precisa ser cuidadosamente gerenciada.

É crucial garantir a acessibilidade aos cartões, educar os usuários sobre seu uso e promover uma distribuição antecipada para testes antes da implementação definitiva.

Estados como Goiás, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Tocantins e Paraná já possuem sistemas digitais integrados, mas ainda permitem o uso de bilhetes físicos ou dinheiro, especialmente em cidades menores.

Nessas localidades, a cobrança em espécie é facilitada pela cultura local e pelo relacionamento próximo entre motoristas e passageiros. Em grandes cidades, essa prática persiste devido à flexibilidade das operadoras de transporte e à falta de fiscalização das prefeituras.

Os dados do World Resources Institute (WRI) indicam que 80% dos deslocamentos urbanos no Brasil são destinados ao trabalho ou estudo, destacando a importância dos transportes públicos na rotina diária.

Um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas/SPC (CNDL) mostra que moradores de grandes centros utilizam, em média, 2,5 conduções diariamente, sublinhando a necessidade de melhorias na mobilidade urbana.

Para Gisele Andrade, a gestão eficiente do vale-transporte pelas empresas é essencial. Isso inclui evitar irregularidades no pagamento, expandir o uso de cartões e tecnologias, e promover a equidade e sustentabilidade no transporte.

Ela acredita que o Brasil está avançando em direção a programas de mobilidade urbana mais personalizados e flexíveis, considerando as necessidades individuais dos trabalhadores.

RB

Fundada em 1999, a RB Serviços é uma empresa especializada em gestão de benefícios para empresas. Com atuação em todo o território nacional, a RB se destaca pela qualidade, transparência e inovação, e foi premiada diversas vezes por suas soluções de gestão de benefícios.

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